sexta-feira, 31 de março de 2017

Treino, segredo e dinheiro



         Aos meus amigos que leem este blog, por favor, não me contem segredos. Tem duas coisinhas que não gosto de guardar pra os outros: dinheiro e segredo. O dinheiro é seu? Fique com ele. O segredo é seu? Fique com ele pra você. Não gosto também de divisões nem de divisões das divisões. No esporte, como em quase tudo na vida, as pessoas tendem a criar grupos, depois um subgrupo e, mais adiante, o subgrupo do subgrupo. Isso ocorre até nas equipes. É até meio que natural as pessoas se unirem por interesses comuns. No caso do triathlon, meu interesse é o próprio triathlon. Se fosse possível, cada mês eu treinaria com uma assessoria diferente. Porque minha galera é a do triathlon. “Sim, Gile, e o que tem isso a ver com o treino de hoje?”.  Calma, calma, vou dar uma passada no treino e já conto.

         Os treze graus das seis e meia da manhã me disseram pra esperar o sol reinar absoluto antes de começar o treino. Foi o que fiz. De tanto arranjar o que fazer, só comecei o aquecimento na bike às 10h20. Por ter tomado café da manhã às sete horas, o ideal era ter comido alguma coisa antes de começar o esforço. Quando saio pra treinar logo após o café, tudo bem, mas quando demoro mais de duas horas, que foi o caso de hoje, como um pouco. Fiz os trinta minutos de bike no rolo e desci pra o circuito. Um quilômetro e meio na estrada de terra é pra trotar e fazer educativos de corrida. Chegando ao asfalto, aí sim, ligo o Garmim e inicio o treino. A planilha orientava pra que eu fizesse 15k numa frequência cardíaca entre cinquenta e sessenta por cento. Evitei acelerar e, mesmo quando tentei, não deu. Aceitei o ritmo que meu corpo determinou. Vencida a distância estabelecida, tirei os tênis e caminhei por três quilômetros até em casa. Mas tava com uma fome danada. E com muita sede. Não fui feliz no cálculo. Cheguei pregado. Dois copos de leite e um pedaço de bolo me socorreram antes de subir pra tomar banho.


         Votando ao assunto do segredo. À tarde, compartilhei com o grupo Triatletas Treinando uma mensagem veiculada no grupo da Iromind. Um convite, na verdade, pra uma palestra amanhã no La Serena, em Jurerê, com o coach Roberto Lemos. Meu amigo Luska, triatleta da Just, perguntou se o evento era restrito aos triatletas da Iromind ou se era aberto a outras assessorias. Avisei que era aberto e que se não fosse eu nem compartilharia. Gosto desse tipo de evento, aberto pra quem tem interesse em participar. Independente das cores partidária. É sempre uma chance pra o triathlon falar mais alto que a camisa da equipe que envergamos. Claro que cada equipe tem suas atividades particulares, mas quando os triatletas se misturam a festa é sempre mais bonita. Então bora lá amanhã, você que é triatleta. Começa às 10h. Dá tempo de fazer seu treino e depois correr pra nos encontrarmos. See you. 

Resumo do treino
Aquecimento na bike (rolo): 30'
Corrida
1,5km de trote com educativos em estrada de terra
15km
Tempo: 1h19
Ritmo: 5’18
Cadência média: 168 epm
Ganho de elevação: 59m
Perda de elevação: 87m

quinta-feira, 30 de março de 2017

Puxando a raia



          Junte o frio de dez graus a um asfalto molhado da chuva que caiu durante a noite e você vai preferir, sempre vai preferir, optar pelo treino de bike no rolo. Some-se a isso o fato de ter pessoas trabalhando em obras na sua casa e o pedal indoor é mais do que uma opção, é a solução. Precisa ser, vale ressaltar, um treino caprichado, de olho nas métricas. Sempre que faço esse tipo de treino, termino com a sensação de que foi muito mais duro do que pedalar na estrada. Apesar de ter acordado pouco depois das seis horas, só inicio a canseira por volta das oito e meia. O café da manhã é forte o suficiente pra dar conta do desgaste. Uma caramanhola de água com limão e outra só com água ficam responsável pela hidratação. Depois do treino, uma iguaria – um pedaço de queijo com pasta de amendoim coberto com farinha de coco e um pouco de mel de bracatinga. Antes de descer pra Floripa e fazer o treino de natação, recorro ao primeiro turno do almoço. O segundo turno seria depois da natação.


         Na piscina do Paula Ramos, divido a raia com os amigos Alessandro e Jairo. E não teve essa de aliviar, não. Se tá na água é pra nadar. Procurei esquecer esse papo de que fiquei dias sem nadar e fiz o que o coach pediu. Meio que no piloto automático, findei puxando o treino inteiro. E as séries não foram moleza, gente boa. Sem perder tempo, assim que terminou o treino voltei pra o CT. Hora de cuidar do descanso, porque descanso é treino. Amanhã é dia de longo de corrida e preciso estar zero bala. Um pãozinho de queijo caseiro com café e leite é uma boa pedida pra comer antes de dormir, viu. Então vou descer pra completar o tanque. Fui.

Resumo do treino
Bike - 1h10’
20’de giro com 5 estímulos de 30” em cadência elevada e marcha leve
4x de 4’ na marcha mais pesada , com dois minutos moderados de intervalo
2x  de 6’em marcha intermediária aumentando a cadência a cada 2’
12’ diminuído o esforço e terminando os últimos 5’num giro leve

Natação
Aquecimento, série de pernada, série com palmar, série com boi e palmar, série com boia. 

quarta-feira, 29 de março de 2017

Quarta é dia de cair na lama


         
          Vô te contar, viu, essa chuva já tá ficando chata. O CT tá virado num banhado. O cara tem que ficar monitorando o tempo à espera de uma janela pra correr sem tomar aquele banho. Por isso, só iniciei meu aquecimento na bike quando passava das 10h30. Tanta demora exigiu até um lanche. Sim, porque a omelete com queijo e presunto que comi às sete horas já não seria suficiente pra aguentar o tranco. Um pedaço de queijo com pasta de amendoim, farinha de coco e uma colher de chá com mel de bracatinga completaram o tanque. O friozinho trazido pelo aguaceiro dos últimos dias exigiu cadência alta no pedal pra fazer valer o aquecimento. Depois dos trinta minutos na magrela, hora de calçar o pisante e cair na estrada. Ou na lama, como queiram.


         A planilha orientava pra correr 10k em Z2, de bouas. Foi o que fiz. Sem forçar o ritmo, procurando não deixar a cadência cair. Uma corrida pra retornar, pra dizer ao corpo que a pancadaria está à caminho e é bom ir se preparando. Eu gosto de correr. Na verdade, gosto das três modalidades do triathlon. O que não me dá muito prazer é nadar em piscina. No mar, contudo, é uma maravilha. Nos longos, em Jurerê, chego a fechar os olhos. Hahaha.  Finalizada a corrida, caminho por mais dois quilômetros até em casa. As águas que descem da montanha deixaram o riacho muito turvo e pouco convidativo para um banho. Pense numa coisa que me faz falta – a hidromassagem. A recuperação muscular é bem mais lenta sem ela. Nesse período de restabelecimento, evito exigir mais do corpo e descarto os funcionais caipiras. Quero estar zerado pra o TH3. E estarei. Amanhã, contando que a chuva estará de folga, tem bike no Circuito e natação na piscina. Tá voltando a ficar bom. 

Resumo do treino

Bike: 30’
Corrida: 10k
Tempo: 49’49”
Ritmo: 4’59”
Vm: 12,1km/h
Vm: 12,9km/h
Cadência: 171epm
Ganho de elevação: 46m
 

terça-feira, 28 de março de 2017

Voltando à piscina



         O treino de bike hoje seria no circuito. Seria, do verbo “não deu por causa da chuva”. Um rolo de qualidade, cuidando com as métricas e sem se distrair com o youtube resolve o problema. Aí você gira durante vinte minutos, incluindo estímulos de trinta segundos na cadência máxima, emplaca séries na marcha mais pesada, engata outra sequência numa marcha intermediária e finaliza girando outra vez por mais dez minutos. É punk. Depois fica fácil: desço pra Floripa, tenho um encontro aqui, uma reunião ali, outra reunião acolá, mais uma pendenga pra solucionar e pronto. Hora de nadar.


         Hora de voltar a nadar em piscina, pra ser mais preciso. Tentei arrego com o Rob pra vê se ele me deixava numa raia mais tranquila. Não deu. “Gile, vai na raia quatro”, orientou o coach. A relação atleta/treinador precisa ser de confiança mútua total. Roberto sabe exatamente tudo a respeito dos meus treinos, do descanso, da alimentação e de minha situação física. E se ele disse pra eu ir na quatro e fazer o treino, ele sabe o que está fazendo. Fiz exatamente o que os outros atletas da raia fizeram. E terminei bem, apesar dos dias parados. Isso dá um ânimo danado, viu. Ao fim do treino, Roberto pergunta se eu decidi fazer mesmo o TH3 – prova equivalente a meio iron no Paraná. Não pensei duas vezes antes de responder que vou. Apesar de ter ficado parado por quase três semanas, não aumentei o peso. Isso porque não me empanturro de carboidrato. Pra quem se alimenta bem, a retomada fica menos difícil. O que temos para amanhã? Transição, Gile, transição. Bike e corrida, xará. Que venha, então.

Resumo do treino

Bike no rolo : 1h
Natação: 2.000m

segunda-feira, 27 de março de 2017

Voltando aos treinos de transição

Voltando aos treinos de transição
         Prefiro um dia assim como o de hoje, corrido pra caramba, do que o marasmo dos dias sem treino e descansando. Ainda que esse descanso seja forçado, semelhante ao meu nas últimas três semanas. E basta o Gile melhorar que vira um relógio automático. Nem a chuva que caiu quase o dia inteiro no CT impediu meu corre-corre. Não posso esquecer, contudo, as sábias palavras do sambista Efson: “seguro morreu de velho, mas desconfiado ficou, Maria;  durma com Pedro, mas sempre de olho no Pedro, Maria”. Assim sendo, não quis me arriscar a fazer o treino de corrida na chuva. Com a imunidade ainda voltando ao patamar ideal, é mais sensato não abusar. Nessa de esperar parar de chover, só comecei meu aquecimento na bike às 15h30, quando a garoa ficou bem leve.

         Depois do aquecimento, fiz minha tradicional transição e saí pra correr. Uma corrida leve, de bouas. O primeiro quilômetro, descendo o morro enlameado, foi feito num ritmo de 5’50. Já no circuito, e me sentindo confortável, procurei andar um pouco mais rápido. Ao fim dos 8k, desliguei o Garmim e caminhei outros 2k até em casa. Só pra soltar a musculatura. Seguindo mais uma a vez a prudência, evitei o banho gelado no riacho. A ideia é retomar a rotina de treinos e conseguir fazer o TH3 no dia 09/04, no Paraná. Cheguei a pensar em desistir da prova, mas começo a achar que conseguirei. Será um treinão, como disse o Roberto. Sem pretensões nenhuma. Apenas pra fazer um meio iron e vê o que poderemos esperar do corpo no Ironman Brasil. Vamos lá que a semana está só começando.

Resumo do treino
Bike: 30’
Corrida: 8km
Tempo: 39’53
Pace: 4’59
Cadência: 172epm
Melhor ritmo: 3’48
Velocidade média: 12,0km/h

Velocidade máxima: 15,8km/h

domingo, 26 de março de 2017

Pedal contemplativo num domingo chuvoso



         A recomendação do Roberto Lemos foi clara: “Faz um pedal contemplativo, Gile”. Pra quem está treinando visando o Iroman, um treino como o de hoje seria obrigatoriamente um longo de, ao menos, 120km. No meu caso, sendo obrigado a readequar os treinamentos, não poderia passar de duas horas na magrela. Então, melhor mesmo é pedalar no quintal de casa. E as vantagens são imensas: não precisa levar equipamento reserva, não corre risco de voltar com pneu cortado e nem precisa acordar cedinho. Tanto é que comecei a pedalar por volta das 10h, com o termômetro indicando 240. Bastou colocar a bike dentro da Kombathlon e descer 1,5km de morro até o Circuito de Santa Isabel. A última vez que eu havia pedalado na estrada foi no dia doze, em Garopaba. De lá pra cá, três giros leves no rolo. Hoje seria para, acima de tudo, matar a vontade de pedalar ao ar livre, de cara pra o vento. Mas sem fazer muita força. Contemplativo, como orientou mestre Rob.


         Uma festa na Igreja Luterana, que fica bem no meio do circuito, atraiu gente de tudo que é lugar e fez o treino ficar mais leve ainda. Não tinha como passar rápido em meio às pessoas que se amontoavam nas proximidades do templo. Não consegui evitar que meus pensamentos pululassem na minha cachola. A comunidade de Santa Isabel, com dez ou quinze casas, tem dois templos – um Luterano e o outro católico. Pra que serve a religião, Gile? Se ela não nos transforma em seres humanos um pouquinho mais evoluídos, então para que serve? O Brasil tá cheio de religiosos, credos crenças e crendices. E somos atolados em corrupção, lambuzados por contravenção e desonestos. Um povo incapaz de respeitar leis de trânsito básicas, ávidos por destruir a natureza e prontos a ignorar o mais simples código de ética e de conduta. Ano passado, a prefeitura colocou placas de sinalização orientando aos motoristas para que tivessem cuidado com o ciclista. Um morador foi lá e arrancou as placas. E ninguém cobrou dele. E num lugarejo, todo mundo sabe da vida de todo mundo. Ou seja: o cara foi acobertado. Cometeu o crime e passou impune. A religião não serve pra frear os impulsos primitivos de pessoas desse quilate? Então, gente boa, pra mim essa religião não vale nada. Deixei, então, que os religiosos se esbaldassem nas suas práticas e continuei meu pedal de domingo.


           Passados pouco mais de trinta minutos, a chuva começou a castigar o circuito. Não era chuva forte, mas aquela de melecar toda a bike e o pedalante. E não caía em todo circuito, mas em algumas partes dele. Quando o Garmim indicou 50km de treino, encostei a bike na Kombathlon e dei por encerrada minha batalha. Aos poucos o corpo vai se reencontrando. Que venha o amanhã com seu desafio, então.

Resumo do treino
Distância: 50,9km
Tempo: 1h48'
Vm: 28,1km/h
Ganho de elevação: 363m

sábado, 25 de março de 2017

É um privilégio treinar em Floripa


         O triathlon entrou na minha vida como o sol que invade o quarto numa manhã gelada de inverno. Não sou do tipo que enumera as coisas como sendo as mais e as menos importantes. Não creio que o mundo se resuma entre o melhor e o pior, o mais belo e o mais feio, o certo e o errado. Há, certamente, uma variedade imensa de tons entre essas extremidades. Talvez por isso, não direi que o triathlon foi a coisa mais importante que aconteceu em minha vida nos últimos dez anos. O que posso assegurar é que não me imagino sem nadar pedalar e correr. E o sábado é um dia especial porque as equipes de Florianópolis – e acho que de tudo que é cidade – se reúnem pra seus treinos de transição. Pra quem tem o privilégio de treinar em Floripa, a concentração da raça é, via de regra, em Jurerê. Quando o triatleta fica, como eu fiquei, duas semanas de molho, o que ele mais quer é que o sábado chegue logo pra ele se desencarangar.


         Esse treino, entretanto, seria quase que um evento teste pra mim. Na verdade, fui sem ter certeza de que nadaria. Talvez só pedalasse com a turma da Iromind. Quando cheguei e vi todo mundo se preparando pra entrar na água, no entanto, parece que o corpo entendeu que o melhor a fazer era atropelar qualquer desconforto e nadar. Depois de nadar, já bem aquecido, foi a vez da bike no rolo. Sempre orientado pelo treinador e amigo Roberto Lemos. Terminado o pedal, não resisti e saí pra uma corrida tranquila de 5k. Pra finalizar, um banho de mar e muita conversa com triatletas. Foi um remédio e tanto. Agora é, caindo no lugar comum, matar um leão por dia. Faltando dois meses pra o Ironman, vamos fazer, mais do que nunca, um treino de cada vez. Bora lá, então.

Resumo do treino
Natação: 1.173m 
Bike: 40'
Corrida: 5km em 23'23 

sexta-feira, 24 de março de 2017

O único animal que toma Dipirona


         Sério, o homem é o único animal que toma Dipirona. Pode pesquisar nos manuais de biologia que remontem ao tempo de Adão e Eva. Pode procurar nos livros das crônicas dos reis do Egito antigo. Pode furdunçar nos mais envelhecidos alfarrábios do mundo árabe que nem assim você encontrará um mísero animal que tenha consumido Dipirona. Mas nós, seres humanos, quando sentimos alguma dor, nos abrigamos na poderosa e calmante sombra da Dipirona.  E qual é o problema de se tomar a bendita Dipirona, Gile? Calma, my brother, calma. Particularmente, não vejo nada de mais. Assim como não vejo nenhum problema em se tomar leite. E o que danado tem Dipirona a ver com leite, mô quirido? Então, esse é o então.

         Depois de uma omelete com presunto e queijo adicionado a uma bela xícara de leite com café, dei um tempo e fui pra o meu treino de pedal no rolo. Ufa, em duas semanas esse seria meu segundo pedal. Pior seria se a ausência de treinos fosse motivada por alguma lesão. Ao menos não foi. Por prudência, resolvi segurar a onda e não treinar até ficar plenamente recuperado. E hoje foi o teste. Graças a Deus, fui aprovado. Pedal de uma hora sem nenhuma dor. E sem uso de medicamento. Nem de uma irresistível Dipirona.

        Quando começo a pedalar, entro no Youtube e vou pesquisar a respeito do leite. O primeiro argumento da turma contrária ao leite foi: “o homem é o único animal que toma leite depois de adulto”. Aí, gente boa, não dá pra aguentar, né? Ouvi esse argumento vindo da parte de médicos, nutricionistas, educadores físicos e de mais um punhado de gente. Tenho certeza que, caso se esforçassem um pouquinho, arranjariam argumento mais razoável. Esse não vale. O homem é o único animal que anda de avião, é o único que nada pedala e corre, é o único que luta capoeira...

         Dê, entretanto, leite ao seu cachorro e veja se ele rejeita. Dê, todavia, leite a uma vaca e veja se ela não bebe. Dê, contudo, leite ao seu gato e duvido que ele não se refestele todo. Ora, ora, o homem é o único animal que toma leite depois de adulto porque é o único que consegue leite depois de adulto. Simples assim. Se leite faz mal ou bem é outra questão, mas fica difícil aguentar certos argumentos. E nessa de “leite pode”, “leite não pode”, consegui finalizar numa boa meu treino de bike hoje. Amanhã tem transição em Jurerê com a turma da Iromind e não vou perder.

Resumo do treino
Bike no rolo: 1h moderado, sem métricas 

segunda-feira, 20 de março de 2017

Tem presunto no café da manhã, sim "sinhô"


         “Tá chovendo aí, tá chovendo? Aqui tá chovendo”. Quando acordei hoje lembrei desse hit que circula nos grupos de whatsApp. Com ou sem chuva, o importante era que eu não sentia dores na área atingida pelo Herpes, que começa no lado direito da coluna vertebral e vem até o umbigo. E eu não perderia o dia de treino, ainda que de fraca intensidade. Um café da manhã com presunto ovos e queijo no friozinho do primeiro dia de outono é uma dádiva divina. Sim, com presunto, mô filho. Ou alguém acha que vou deixar de comer presunto por causa de uma reportagem mequetrefe veiculada pra desviar o olhar da população brasileira? Sim, porque com essa novela de carne estragada não se fala mais na reforma da previdência, na transposição do rio São Francisco e nem da propina que Aécio teria recebido. E se formos esmiuçar como são produzidos os alimentos que comemos, gente boa, vamos preferir viver de jejum. Hahaha.


         Feito meu desjejum, preparei a bike na área de transição, liguei o Garmim e fui pra o aquecimento. Na prova em Garopaba pude perceber quão importante são esses treinos de transição que faço dia sim, dia não. Você desce da bike pra correr normalmente, encaixado, no pace desejado. Hoje, por ser um giro, aproveitei pra ler alguns textos e conversar com amigos pela internet. Depois de 35’ pedalando, desci da bile e fui pra correr. Correr, não, caminhar. Foram 10km por estradas de terra e pelo circuito de Santa Isabel. Em determinado momento até tentei trotar, mas parecia que a pele da região afetada iria se soltar por dentro da barriga. Sensação pra lá de esquisita. O jeito foi ficar só na caminhada mesmo. Tudo bem. Paciência que aos pouquinhos as coisas vão se encaixando. O melhor de tudo foi que não senti dores.

         Por recomendação médica, o resto do dia foi de repouso absoluto. As vesículas estão secando e o vírus dá mostra de que perdeu a batalha. Bora pra cima que a semana está só começando.

Resumo do treino
Pedal no rolo: 35’
Caminhada: 10km
Tempo: 1h40


domingo, 19 de março de 2017

Michel Bruggman conta como foi seu longo de bike entre Rancho Queimado e Anitápolis



         E hoje o blog tem edição dupla. Este segundo post é pra compartilhar o treino do meu amigo Michel Bruggeman. Ele nasceu em Malinas, Bélgica, tem 48 anos e iniciou no triathlon em 1990 porque sempre gostou de desafios esportivos. Competiu durante cinco anos e precisou parar. Já no Brasil, em 2104 o vírus do triathlon mordeu o cara outra vez quando ele assistia o Iroman. De lá pra cá, não parou mais. E pelo jeito, não vai parar nunca. hahaha. Com vocês, meu amigo Michel.

         Há duas semanas, ‘fiz Anitápolis’ pela primeira vez, com o Gilê e o Rafael Pina. Foram 123 daqueles km que fazem a diferença, onde o atleta sente que talvez fez um passo para frente. Principalmente gostei do trecho voltando de Anitápolis, pois acho um ótimo treino para preparar o IM, com as múltiplas subidinhas variadas, intercaladas com (falso) plano ou descida curta. A ida para Anitápolis é tipo o aquecimento então, pois desce mais que sobe.

         Desafiando a previsão, que falou de chuva para toda a região, fui para lá hoje de novo, com 2 colegas da Equipe Time. Acho que com previsão de tipo 0,5 mm de chuva num período de 3 horas, temos pouco para ficar preocupado. Quem não foi, perdeu, a estrada estava toda seca o tempo tudo! Nublado, fresquinho no começo, ventinho na volta, tipo o tempo do IM! Porém, quem foi para São Boni, provavelmente tomou banho.

         Essa vez, escolhi sair do centro de Rancho Queimado, ao invés de fazer os 20 km de aquecimento direção São Boni e os 15 km de subida a partir do posto pela BR perigosíssima. Não gostei nada dessa descida no final de 123 km de bike duro. Primeiro achei alguns ancestrais no centrinho da cidade, mas são alemães, em flamengo (minha língua), o sobrenome está escrito com um n no final e sem o ‘umlaut’ no u. E para tirar uma dúvida clássica: ‘Bruggeman’ pode significar ‘homem de Bruges’ (sim, aquela cidade cartão postal na Bélgica), ou pode ser ‘homem da ponte’, talvez meus ancestrais moravam numa ponte ou trabalhavam numa eclusa, algo assim. Não, eles não fabricaram nem cerveja, nem chocolate, nem tenta ir lá. Falando disso, tenho no mínimo tanto orgulho do nosso passado, tradição e lista de vitórias no ciclismo do que de chocolate e cerveja.

Com os amigos da Time em Anitápolis
          Voltando...quis largar meio rápido, tipo IM, onde as pernas também estão frias no começo, achando uma média entre aquecer e não perder tempo admirando a paisagem (linda que seja), mas sabendo que depois de uns 7 km já chegou uma subidona, que o Pina na sabedoria dele descreveu como ‘mas essa é curta’ há 2 semanas. Curta, hein...aham, sei. Bem, depois da ‘curta subidona’, dá para abrir o acelerador até Anitápolis, já que tem mais descidinha do que subidinha. Como falei, o treino de verdade é a volta. Esperei meus colegas no centrinho e iniciamos a volta. A subida de 6 km saindo de Anitápolis foi muito bom, mas depois acho que senti um pouco as duas taças de vinho e as 4,5 horas de sono da noite passada. Apesar disso, acho que consegui subir sempre na marcha máxima possível, na força, e com reserva para acelerar no topo da subidinha, ao invés de pedalar com marcha baixa, sem resistência e com a frequência de um hamster correndo em sua roda, chegando sem fôlego no topo. O treino foi ótimo, rendeu, as pernas agradeceram e talvez dei de novo um pequeno passo para frente hoje.

O Strava não mente
         Chegando em casa, começa aquela comunicação entre a galera estatística Garmin-Treinus- Strava etc. Por curiosidade, fui olhar aquele 7° lugar esse ano no trecho Rancho Q-portão Anitápolis que o Strava anunciou, e o que eu vejo? Os descendentes dos meus ancestrais também pedalam! E pedalam bem se posso dizer! Somos três no top10! Ah, e quem é aquele na nona posição? Olha só...mas fique tranquilo, Gilê, o Pina tá em décimo, e nem cabia na tela. Agora, como o Geovanni/Gui/Charles fazem sub-1h nesse trajeto...caraca. Será que tem um teleférico do lado da ‘subidona curta’ que não vi? De qualquer jeito, acho bem provável que nas próximas semanas vamos ler mais artigos sobre ‘fazer Anitápolis’ nesse blog...;-)
Gilê, te desejamos boa recuperação!

Os números do treino

72,0 km 2h53’ média de 25 km/h.

MIchel competindo na Bélgica em 1995

Outra competição na Bélgica














































O retorno

Foi no rolo, mas foi um recomeço
         Depois de quase uma semana de molho, onde em alguns dias não pude sequer sair da cama, o domingo chegou pra mudar o quadro. Foi, pra mim, quase um Domingo da Ressurreição. Acordei disposto, sem dores e louquinho de vontade de botar o esqueleto pra se mexer. Mandei mensagem pra o meu amigo e médico Fábio perguntando-lhe se eu estava liberado pra fazer um pedal no rolo. Enquanto a resposta não veio, fui cuidar do CT. Arruma uma coisinha aqui, acerta outra ali, dá comida para as galinhas, espanta os gaviões que insistem em comer minhas penosas... Isso até a hora do almoço.  A chuva e os 160 da tarde convidaram pra uma sessão Netflix. Por volta das 16h, Fábio me deu carta branca pra pedalar. “Mas de leve, sem exageros”, ressaltou esse amigaço que o triathlon me deu. E aqui abro um parêntese pra falar desse cara. Alías, já havia comentado a respeito dele aqui. Esta semana, no entanto, ele se mostrou muito mais amigo do que eu pensava. Estando no CT, e acamado, ficou difícil pra eu descer a Floripa para procurar um médico credenciado ao meu plano de saúde. Fábio assumiu o controle da situação, tomou conta como se eu estivesse pagando-lhe cada minuto de tempo dedicado a mim. Entrava em contato nos três turnos, acertava medicamento e me orientava pra que tudo ficasse dentro dos trilhos. Obrigado, meu parceiro, você foi sensacional.

         Botei a bike na sala, de frente pra varanda onde podia curtir a chuva caindo na mata, e subi pra o recomeço. Olha, desde que comecei a pedalar, em meados de 2014, nunca havia ficado cinco dias sem atividade física intensa. Foi um sacrifício. Foi apenas uma hora de giro pra suar um pouco e testar o motor, mas valeu. Agora é seguir ao poucos, aumentando o volume e tentando achar o ponto onde parei. Minha próxima prova, o TH3 de Caiobá, dia 09/04, ficou comprometida, mas não tem problema. Usarei como um treino de luxo pra o Iroman Brasil no dia 29 de maio. Até lá, espero estar recuperadíssimo e pronto pra fazer o meu melhor. Como disse o filósofo alemão Friedrich Nietzsche: “o que não me mata me fortalece”. E assim, saio mais forte desse período adoentado. Com a mente mais encouraçada e sabendo que meu limiar de dor subiu alguns metros.


         Agradeço aqui a todos que me enviaram mensagens de solidariedade, aos amigos triatletas que torceram por minha recuperação, ao meu treinador e amigo Roberto Lemos, que procurou me confortar pra que eu não me abalasse ao ver o projeto Iroman2017 sofrer tão duro golpe.  Aos colegas da minha equipe Iromind, que se colocaram a disposição para virem até minha casa pra o que fosse necessário. A todos vocês, agradeço profundamente o carinho. E agradeço mais ainda a minha esposa, Denise, que ficou ao meu lado todo o tempo, cuidando dos horários dos medicamentos e me apoiando. Sem vocês, a dor teria sido ainda mais aguda. E pense numa dor safada, essa provocada pela Herpes Zoster. Agora é levantar a cabeça e partir pra cima, que dá tempo a correr atrás do prejuízo. Vlw.

quarta-feira, 15 de março de 2017

Segundo dia no estaleiro

E aí, gente boa.

         Ontem não teve post, conforme você deve ter notado. Pela primeira vez no ano. Estou passando aqui só pra dizer que é por motivo de doença. E serei bem curto porque a danada da dor que me acompanha desde terça passada não me permite sentar pra escrever. Nem caminhar, nem ir lá fora ver os cachorros, nem, em e nem. Cuidei do problema acreditando ser coisa da lombar. E fiz a prova de Garopaba sob fortes dores. Não falei para os amigos pra não parecer chororô de quem não ganha. Na segunda-feira, vesículas se espalharam pelas costas, vindo da lateral da coluna vertebral até o umbigo. Sem conseguir caminhar, fui carregado para o hospital. O médico não teve dúvida: "Seu problema não é lombar; é uma aguda herpes zóster". Fui medicado, recomendado a tomar 15kg de remédio e descansar. E é o que estou fazendo. Passei a tarde estudando essa doença e constatei a causa no meu "caso". Causa no causo, sacou? hahaha. Pra descontrair  e relaxar a musculatura. A cada passo que dou, é como enfiassem uma faca por dentro de minhas costelas e girassem. Isso se repetindo a cada cinco segundos. São espasmos involuntários que fico parecendo um boneco de vodu. Assim sendo, restou pouco pra eu fazer. Um livro não consigo segurar por muito tempo. A Netflix me salvou. Terminei de assistir a segunda temporada de Marco Polo, pelo menos. Agora, colega, sou obrigado a parar de escrever. Porque essa coisa dói, viu. Em breve estarei de volta aos treinos. Mais firme, mais forte e mais determinado. Porque se tem uma coisa que me motiva, essa coisa é a adversidade. Em breve, neste blog: Gile, o retorno. Hahah

segunda-feira, 13 de março de 2017

Segunda é dia de lamber as feridas, limpar a bike e treinar

O café da manhã fica mais saboroso 
         Segunda feira pós-prova é dia de lamber as feridas, limpar a bike e retomar os treinos. No meu caso, a ferida foi amargar um quarto colocado na prova. Sim, gente boa, não treino pra ficar em quarto. Com todo respeito aos meus amigos que chegaram na frente, mas quando me disponho a competir é pensando em vencer. Eles, entretanto, pensam igual. Isso faz a competição ser forte. Sendo essa a primeira prova minha no ano, sei que posso melhorar muito ainda. E como se faz? Treinando mais, e mais, e mais. Não precisei limpar a bike. Nem suor tinha no quadro, pra se ter ideia do quanto me esforcei. O pedal não rendeu e nem cheguei a suar. A única coisa melhorzinha ontem foi a corrida. Das três coisas que elenquei na primeira frase do texto, a única que mereceu empenho mesmo foi treinar.

É treinando que melhoramos
         As dores na lombar que me incomodam desde terça passada ainda perturbaram meu sono. É um tal de dorme, acorda e dorme de novo que meeeeeeu Deus. Quando o sol chegou ao quarto e aqueceu a cama resolvi começar o dia. E em meio a natureza, nada melhor do que um café da manhã no gramado. “Não teve jejum hoje, Gile?” Não. Quando sei que não vou treinar logo que acordo, como sempre alguma coisa. Eu precisava levar a Feiona pra veterinária tirar os pontos da cirurgia de castração, passar na oficina pra buscar minha roçadeira e entregar o lixo reciclado no depósito da prefeitura. A corrida, nesse caso, demoraria. Então, que venha ovos com queijo e presunto. E o tradicional café com leite, claro.

Driblando o desconforto na lombar
         Feito o que tinha que ser feito, chegou a hora do treino. O meu aquecimento na bike teve início às 11h30. O calor já estava forte e bastaram quinze minutos. Ah, essa dor nas costas. Sem energia no CT a internet não funciona, então não teve sessão youtube. Driblei o desconforto na lombar e resisti aos apelos da minha cabeça, que insistia pra que eu parasse. Após o pedal, fiz meu trote com educativo e iniciei a corrida. Faltavam dez minutos pra o meio dia. Nem que eu quisesse poderia correr forte. A planilha recomendava cautela e eu não faria diferente. O sol do meio dia não permitiria. E a dorzinha danada me acompanhou até o fim dos doze quilômetros. Nessas horas o clichê até cabe – treino bom é treino feito. A dificuldade pra dormir nos últimos dias findou me derrubando no meio da tarde e caí no sono. Era tudo que eu precisava. A dor aos poucos está se afastando. Amanhã, ainda bem, o treino de ciclismo é curto. E logo após a natação retornarei ao meu amigo quiroprata Eder Nunes pra dar um jeito de vez nessa dor malvada na lombar. Tomara mesmo. Então borá achar uma posição confortável pra descansar que essa cadeira não está legal. By, by.    

Mesmo sem a sessão youtube o visual ajuda
Treinar, treinar e treinar pra não amargar um quarto lugar - hahaha
Resumo do treino

Aquecimento na bike: 15'
Trote de aquecimento - 1,5km
Corrida: 12km
Tempo: 1h04
Desaquecimento: 2km de caminhada
Pra relaxar: Banho gelado no riacho

domingo, 12 de março de 2017

Mar revolto e vento nervoso na primeira prova do ano da Fetrisc

Pense num mar mal encarado
         Primeira prova do ano no calendário da Fetrisc, o 25º Triathlon de Garopaba foi uma pedreira. Como deve ser uma boa prova, vamos combinar. Quando os atletas chegaram na beira da praia, o mar cumprimentou a galera com um retumbante “o que vocês querem aqui?”. E disparou uma saraivada de ondas pra assustar quem tá acostumado a nadar em piscina. A competição, válida como seletiva para o campeonato brasileiro de sprint triathlon, era super desejada pela turma e ninguém iria arregar por conta de um liquidificador hipe/super/extra gigante instalado dentro d’água. Na bike, o vento que ajudava na ida castigava na volta e deixou a perna de muita gente arrebentada. Na hora de correr, a moçada sentiu pra caramba. “No fim das contas, a prova foi boa, Gile?”, você deve estar me perguntando. Cara, foi uma prova redonda. Parabéns para a Federação que deu um show. Entre os atletas, não ouvi ninguém reclamando. E não reclamar, meu chapa, no triathlon é um tremendo elogio. Meu objetivo era a vaga pra o Brasileiro e consegui. Independente do resultado, como é bom ver os amigos, a camaradagem e amizade que encontramos no esporte. Depois de tudo, já em casa e sabendo da comilança do meu parceiro Rafael Pina, que mais parecia uma forrageira, fui obrigado a dizer-lhe que não vou convida-lo pra almoçar na minha casa, não. Tu é doido, rapá. O bicho nadou feito um tubarão, pedalou como um passista, correu como um queniano e comeu feito um dragão. Deurmilivi. hahaha
 
Com as meninas que escreveram esta semana no blog - Juju (35) Márcia(41) Cris (37) Edith (39)
         Para fechar a semana destinada às mulheres aqui no blog, vou publicar um relato de duas atletas que escreveram esta semana neste espaço – Natália Calliari e Ana Cristina.

Com a Natália Calliari
Natália Calliari

Hoje quando cheguei na cozinha, às 3h20, para tomar café da manhã, li o recadinho que meu companheiro tinha deixado para mim no quadrinho de recados. Dentre outras coisas, ele me escreveu: Treino difícil, prova fácil. É verdade. Mas não foi o que aconteceu hoje… O mar estava tão desafiador que desacreditei das minhas habilidades e deu vontade de desistir.No momento da largada, deixei de ser racional e entrei no modo automático. O mantra era: Foca na boia, respira e vai. E foi isso que eu repeti para mim durante toda a natação. Quando saí da água, estava desnorteada, trocando as pernas, como se tivesse passado a noite em um bar (rsrsrsrsrs). Disseram que a minha cara estava impagável, pena que não tem foto (por enquanto)! Fiz a transição bem lentamente, ainda me recuperando do trauma e comecei a pedalar.
Logo de cara encontrei com a Marcela, que por causa do facebook, sabia que era namorada de um conhecido e que não era da mesma categoria que eu. Fizemos uma boa dupla e a parte do ciclismo rendeu! Percebi minha evolução no pedal. Andei clipada sem ficar tensa, coloquei e tirei a sapatilha em cima da bike… Foi show! Pequenas vitórias que elevam a autoconfiança. A transição da corrida foi bem mais rápida. Ainda tive a cara de pau de gritar para um amigo que também estava na T2: Simbora!!! Não é casamento, é triathlon!!! (rsrsrsrsrs) Que folgada…

Minha corrida não foi das melhores. Estava cansada mesmo, e na segunda volta comecei a sentir cãibras no interior da coxa. Duas das árbitras que estavam na corrida são minhas amigas e quando elas me incentivaram a correr mais rápido, reclamei da dor. Nisso passou um dos meninos (super fofos) da escolhinha de TT de São José e falou para mim: Está todo mundo com dor. Continua firme! As palavras dele me deram uma injeção de ânimo. Uma criança me dando uma lição de motivação. Fiquei encantada com tanta fofura. Terminei a prova em um pouco mais de 1h30. Não era o que eu tinha planejado, mas como essa semana está fora de controle, fiquei feliz por ter saído viva do mar. Espero que a semana que vem se comporte e fique dentro da planilha! (rsrsrsrsrsrs)


Largada feminina
Ana Cristina


Eba, primeira prova de triatlo do ano. Garopaba, lugar pra lá de especial, místico, uma energia maravilhosa. Adoro ir lá, e pelo segundo ano consecutivo fazer a prova com uma novidade - a família. Marido e filhos pela primeira vez iriam assistir uma prova minha. Tudo estava conforme o planejado – kit, simpósio técnico cheio de atletas, a galera toda atenta. A princípio seria exatamente igual ao ano passado. Tudo tranquilo, uma noite maravilhosa uma lua espetacular. Tudo na mais perfeita ordem. Então, me preparando para os ajustes finais, tudo pronto, aparece no jornal nacional a previsão do tempo. Era de ventos fortes, chuva e ressaca no mar. Foi aí que pensei: não vou me preocupar com algo que não depende de mim. Passei uma noite tranquila. Levantei as 5h10 e quando sai do quarto para tomar o café da manhã... surpresa!!!! O tempo tinha mudado. Realmente a previsão se cumpria - vento forte. E logo no café com os amigos da Ironmind, Edith, Márcia, e Fernando, já estávamos comentando que o vento mudou. Fui para a transição fazer o bike checkin. Tudo perfeito. Quando chego à praia vejo o mar bem agitado e com ondas. Eu até gosto, porque pegava onda e sempre gostei de surfar. A largada feminina foi a última. Quando largamos entrou uma série e lembrei bem os tempos de surfista. Vamos lá passar a arrebentação e tentar nadar. Foi o que fiz até a primeira boia. E pensei nos ensinamentos do Roberto Lemos - braçada alta. Foi o que fiz até a segunda boia. Quando fiz o contorno da segunda boia tive dificuldade porque as ondas me puxavam para o fundo. Chegando perto da Praia comecei a tentar pegar Jacaré para não tomar caldo e quase perdi meus óculos. Minha família lá, torcendo, eu estava super feliz e emocionada. A bike, minha modalidade que é mai desafiante, foi bem difícil. Era um vento que eu achava que estava parada. Nas duas primeiras voltas não consegui ficar clipada porque era muita gente e cada hora um pelotão me passava. Na terceira volta consegui encaixar melhor uma cadência e fiquei bastante tempo clipada. Isso me ajudou muito a vencer aquele vento. Ufa, terminei a bike. Mais uma vez empurrada pela família, comecei a correr. Aí me sinto em casa. Tipo assim: cheguei, tô feliz. Comecei a passar muita gente. Já comecei no pace que eu queria e tinha treinado para fazer. Estava tudo perfeito até que eu fui traída por mim mesma. Me confundi com as voltas, achei que tinha feito quatro voltas e na verdade tinha feito três.  levei como aprendizado a me focar em mim e contar direito às voltas. Valeu pelo aprendizado.



Apoio da família - Denise e meu cunhado Narbal

Com o parceiro Sandro, um almoço pra lá de bom



sábado, 11 de março de 2017

A mulherada arrasou essa semana


          Depois de uma semana com relatos de várias triatletas, chegou a minha vez de contribuir para o blog do queridíssimo Gile, amigo que Floripa e o esporte me deram. Digo esporte porque na época eu “só” corria e estava treinando para uma maratona e ele já estava firme e forte no tri. Meu nome é Camilla Bazzoni de Medeiros, tenho 34 anos, corredora desde 2011 e triatleta baby, a uma semana do primeiro meio iron (sim, ansiedade me define, rsrsrs). Sou de São Paulo, onde comecei a correr a convite de uma amiga, e moro em Floripa há um pouco mais de dois anos. Completei duas maratonas, a última em outubro de 2015, e logo depois já dei início ao triathlon, por incentivo do marido, que já treinava e tinha recém-completado um 70.3. Tive que começar do começo, bem do começo mesmo.


          Como eu “só” corria, tive que aprender a pedalar na TT, porque eu até então “andava de bike” na ciclovia ou no parque. Nas primeiras tentativas, não conseguia trocar de marcha (Santa Lucimara que me ensinou) nem fazer uma curva... Sapatilha, então, era coisa do “demo”. Bom, aos poucos e com umas boas aulas de técnica com o Guto, a coisa foi indo. Diz o Lucas, também conhecido como Luska, que eu ainda não conheço bem a força que tenho, mas isso vamos deixar para outra oportunidade... J E também tive que aprender a nadar no mar, porque na piscina dá pé e tem borda, né? E o mar...


          E depois de muita história, tombos, resgate pelo salva-vidas, uma lesãozinha chata no quadril e muito, muitoooo treino também, estou na véspera do meu maior desafio. O tri exige, como já foi muito comentado nos outros relatos, muita disciplina e organização, porque senão a coisa não anda... Impossível levar “nas coxas”... Não é fácil aliar toda essa rotina de treinos com a vida social, com a vida “do lar” e a profissional também. Meu trabalho consome muitas horas do meu dia, inclusive os finais de semana, às vezes. Tenho uma produtora editorial e trabalho com textos diversos, principalmente os jurídicos. Faço tradução, revisão de texto, sou editora e coordeno projetos de produção editorial. É um trabalho prazeroso, mas no geral me sinto sugada mentalmente. É aí que o tri (e o pilates, minha nova paixão) entra para equilibrar tudo.


          Em resumo, do treino de hoje eram 2h de bike + 15km de corrida, mas tive problemas técnicos na minha filha de duas rodas e não consegui concluir nada... faz parte L e o treino foi transferido para amanhã. Normalmente, minha semana de treino funciona da seguinte maneira: corrida 3 vezes; bike 3 ou 4 vezes; natação 4 ou 5 vezes; pilates no estúdio 1 vez. Off? O que seria isso mesmo? E quanto minha alimentação, tenho orientação nutricional, suplemento quando necessário e sim, gente, como carbo e, vou ser sincera, tenho meu dia do lixo, rs! Sou uma formiga e adoro um docinho.
É isso aí! Boa prova para quem vai para o Sprint Garopaba! 

Todo remendado
             Agora quem fala é o Gile. Quem fala?! Força da expressão, né? hahaha. Gente, hoje foi punk pra mim. Tive uma noite super mal dormida com dores no Quadrado Lombar. Pela primeira vez em um ano usei comprimidos pra dor. Se não, não conseguiria conciliar o sono. Meu treino hoje era só uma nadada em Jurerê. E fiz de boa. Antes, tive uma consulta com meu amigo médico Danton Spohr. Consulta na beira da praia? Coisas que só o triathlon faz por você. Depois do treino, liguei pra outro amigo que o triathlon me deu - o quiroprata Éder Nunes - e ele deixou seus afazeres pra me atender e aliviar minha dor nas costas. Valeu, Danton; valeu, Éder. E consegui até dormir à tarde. Amanhã, se eu acordar em condições irei a Garopaba participar da seletiva para a Copa Brasil de Sprint Triathlon. Se não acordar bem, irei, da mesma forma a Garopaba acompanhar a prova. O que não faço, porque fico vermelho de vergonha, é largar e depois chorar nas redes sociais dizendo que fez no sacrifício. Ui. Então bora descansar, moçada. E teremos um post especial para as mulheres que competirão. By, by.



sexta-feira, 10 de março de 2017

Rotina de treino de uma assessora jurídica que entrou no triathlon por acaso

Natália no Challenge Floripa

             Meu nome é Natália Calliari, tenho 30 anos, moro com meu  namorido e sou assessora jurídica na Procuradoria Regional do Trabalho, onde trabalho 7h por dia. Entrei no triathlon muito por acaso. Nunca fui boa/focada em nenhum esporte e durante anos minhas práticas esportivas se resumiram a musculação e yoga. Em 2015 eu fiz uma cirurgia para diminuir os cornetos e consertar meu desvio de septo, o que melhorou 100% minha capacidade respiratória e me animou a arriscar algumas corridas na esteira. Em dezembro de 2015, uma amiga fisioterapeuta, que sabia que eu estava começando a correr, me convidou para participarmos de uma corrida que seria no final de janeiro, a Night Run Costão do Santinho. Na hora aceitei o convite para a prova de 5km e treinei sozinha todo o mês de dezembro e de janeiro, pois não queria, de forma alguma, ser a última a atravessar a linha de chegada (rsrsrsrs). 


No ano de 2016 fui em inscrevendo em várias provas de corrida e pegando muito gosto pelo esporte. Dentre outras provas, fiz três meias maratonas! Li em algum lugar que seria interessante cumular outros exercícios na rotina de treino, como por exemplo natação e bike. Eu já vinha para o trabalho de bike mesmo – são apenas 7,5km, então me matriculei nas aulas de natação. Em agosto sofri um acidente de carro e acabei recebendo indenização integral da seguradora. Foi a oportunidade que eu precisava! Comprei um carro mais barato e uma bike de triathon. Logo em seguida procurei uma assessoria para treinar de forma séria e em novembro fiz minha primeira prova, o Challenge – Short Distance.Neste domingo será minha segunda prova! Pura animação em Garopaba! 


Depois do breve relato sobre a minha história no triathlon, vamos à rotina de sexta:

Sou super metódica, organizada e amo uma planilha, então, quando me dispus a escrever para o blog na terça-feira, já deixei toda a minha rotina escrita. Sabia de nada, inocente...Desde lá muitas coisas aconteceram e fugiram do meu controle. Hoje acordei bem cedo, por volta das 5h40, para preparar meu café da manhã e minha marmita do dia com calma. Contudo, estava tão cansada dos acontecimentos da semana que não consegui fazer a marmita e fiz apenas o café. Por orientação de nutricionista, o desjejum são 20 gotas de extrato de própolis, para aumentar a imunidade. Fiz uma crepioca com dois ovos e uma fatia de queijo e uma colher de mel. Tomei uma caneca de café com leite. Complementei com meio mamão papaia com granola. Tomei ainda junto com o café da manhã uma dose de BCAA, poli vitamínico e vitamina B12.


Às 7h já estava no Lira, onde faço a maior parte dos meus treinos, e onde faço massagem com uma fisioterapeuta todas as sextas. Depois da massagem fiz meu treino de musculação, para reforço muscular. Ainda devia fazer um treino de corrida na esteira, mas como marquei manicure para às 11h, não daria tempo de nadar, então resolvi correr depois do trabalho. Como o treino de musculação é de força, tomei um gel de carbo antes de entrar na piscina. Nesta sexta meu treino foi 1500m = 15x100m sendo (5 fraco/ 6 moderado / 4 fraco). Finalizei o treino às 10h30 e corri para o vestiário (tomando uma dose de whey no caminho), para tomar banho.
Foto do treino de hoje - exclusiva pra o blog
De banho tomado, olhei meu telefone e vi que tinha uma mensagem do meu companheiro avisando que meu sogro havia vindo do Rio de Janeiro para Floripa nos fazer uma visita surpresa. Fiquei apavorada… Saí correndo do clube e fui direto para casa, sem saber se atendia a manicure ou meu sogro. Esqueci meus tênis no clube. (rsrsrsrsrs). Fiquei até as 12h fazendo sala para o meu sogro quando finalmente a manicure chegou. Resumindo, cheguei no trabalho às 14h, sem marmita, sem almoço, rezando para que meu chefe não sentisse minha falta. Como não tinha almoço, comprei um saladão com mix de folhas, frango desfiado e alguns legumes. Hoje não tive café da tarde, que costuma ser um mix de frutas secas com castanhas, e nem a mini refeição, com proteína e carboidrato. Saí do trabalho e fui finalmente cumprir meu treino de corrida: 40min. leve.

Como tudo já tinha saído do controle mesmo, me dei ao luxo de comer macarrão integral com carne e tomar uma garrafinha de coca no jantar. Foi minha revolta do dia… rsrsrsrsrs


E o treino do Gile?

Resumo do treino do Gile
1,5km aquecendo (não teve bike no rolo)
14km de corrida bem de boa
Tempo: 1h13
Ritmo:5'08
Ganho de elevação: 227m
Desaquecimento: 2km de caminhada